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Papa Francisco com os líderes do Sudão do Sul Papa Francisco com os líderes do Sudão do Sul 

Papa a líderes do Sudão do Sul: fogo da guerra se apague uma vez por todas

“Imploro que o fogo da guerra se apague uma vez por todas, que possam voltar para suas casas e viver em serenidade. Suplico ao Deus Todo-Poderoso que a paz chegue à terra de vocês, e me dirijo também aos homens de boa vontade a fim de que a paz chegue a seu povoâ€, disse o Papa aos líderes do Sudão do Sul. Francisco confirmou o desejo e esperança de proximamente visitar o país

Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano

“A finalidade deste retiro é estar juntos diante de Deus e discernir a sua vontade; é refletir sobre a própria vida e sobre a missão comum que nos confia; é tornar-se conscientes da enorme responsabilidade pelo presente e pelo futuro do povo sul-sudanês; é comprometer-se, revigorados e reconciliados, com a construção da Nação de vocês.â€

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Foi o que disse o Papa Francisco na tarde desta quinta-feira (11/04) ao líderes do Sudão do Sul, reunidos na Casa Santa Marta, no Vaticano, no encerramento do retiro espiritual de dois dias proposto às máximas autoridades civis e eclesiásticas do jovem país africano, independente do Sudão desde julho de 2011.

Buscar o que os une e superar aquilo que os divide

Num discurso articulado em três pontos – uma ampla Saudação inicial e contextualização, Olhar de Deus, e Olhar do povo – com uma Oração final, Francisco fez uma forte exortação aos líderes sul-sudaneses a buscar aquilo que os une, a começar pela pertença ao mesmo povo, e a superar tudo aquilo que os divide.

Após ter agradecido pela boa vontade e o coração aberto com o qual acolheram seu convite a participar deste retiro no Vaticano, dirigiu uma saudação particular ao arcebispo de Cantuária e primaz da Comunhão Anglicana, Justin Welby, idealizador desta iniciativa, bem como ao ex-Moderador da Igreja Presbiteriana da Escócia, Rev. John Chalmers.

Paz, condição fundamental para o desenvolvimento integral

Desejo dirigir-me a vocês todos com as mesmas palavras do Senhor ressuscitado: “A Paz esteja convosco!â€, disse o Santo Padre no início de sua reflexão. “Desejo a mesma saudação a vocês, que vieram de um contexto de grande tribulação para si e para seu povo, um povo muito sofrido pelas consequências dos conflitosâ€, acrescentou.

“A paz é o primeiro dom que o Senhor nos trouxe e é a primeira tarefa que os chefes das nações devem buscar: ela é a condição fundamental para o respeito dos direitos de todo homem, bem como para o desenvolvimento integral do povo em sua totalidade.â€

Particularidade do encontro, num certo sentido, único

Referindo-se à natureza deste encontro de dois dias no Vaticano, o Pontífice destacou que o mesmo é totalmente particular e, num certo sentido, único, por não se tratar de um habitual e comum encontro bilateral ou diplomático entre o Papa e os chefes de Estado e nem mesmo de uma iniciativa ecumênica entre os representantes das várias comunidades cristãs.

A palavra “retiroâ€, por si mesma, já indica um distanciamento voluntário de um ambiente ou uma atividade para um lugar apartado. E o adjetivo “espiritual†sugere que este novo espaço de experiência “é caracterizado pelo recolhimento interior, pela oração confiante, pela reflexão ponderada e pelos encontros reconciliadores, para poder trazer bons frutos para si mesmos e, consequentemente, para as comunidades às quais pertencemosâ€, explicou Francisco.

Os pobres são preciosos aos olhos de Deus

“Queridos irmãos e irmãs, não esqueçamos que Deus confiou a nós, líderes políticos e religiosos, a tarefa de ser guias de seu povo: confiou-nos muito, e justamente por isso cobrará muito mais de nós! Pedirá conta de nosso serviço e da nossa administração, do nosso compromisso em favor da paz e do bem realizado para o bem das nossas comunidades, em particular dos mais necessitados e marginalizados, em outras palavras, pedirá conta da nossa vida, mas também da vida dos outros.â€

“O gemido dos pobres que têm fome e se de justiça – continuou – nos obriga em consciência e nos empenha no serviço. Eles são pequenos aos olhos do mundo, mas são preciosos aos olhos de Deus.â€

Os três olhares do Senhor sobre o apóstolo Pedro

Após ressaltar esse “aos olhos de Deusâ€, Francisco recordou os três olhares do Senhor sobre o apóstolo Pedro. O primeiro é quando Jesus fixa seu olhar em Simão e lhe diz que dali em diante o chamará de Pedro, sobre cuja “pedra†edificará sua Igreja.

O segundo olhar se dá na tarda noite da Quinta-feira Santa. Após tê-lo negado três vezes, Jesus fixa novamente o olhar nele, tocando seu coração e suscitando a sua conversão. Por fim, após a ressurreição, à margem do lago de Tiberíades, Jesus fixou mais uma vez o olhar sobre Pedro, pedindo-lhe que declarasse seu amor por três vezes e confiando-lhe novamente a missão de pastor de seu rebanho.

Desejo ardente de justiça, reconciliação e paz

Qual é hoje o olhar de Jesus sobre mim? A que me chama? O que o Senhor quer me perdoar e o que pede para mudar em minha atitude? Qual é a missão e a tarefa que Deus me confia para o bem de seu povo? – foram interrogações feitas por Francisco no discurso aos líderes sul-sudaneses.

Por fim, o Papa destacou também o olhar do povo, “é um olhar que expressa o desejo ardente de justiça, de reconciliação e de pazâ€.

Proximidade espiritual do Papa aos sul-sudaneses

“Neste momento desejo assegurar minha proximidade espiritual a todos seus compatriotas, em particular aos refugiados e aos doentes, que ficaram no país com grandes expectativas e apreensivos, à espera do êxito deste dia históricoâ€, disse ainda, fazendo um premente apelo:

“Penso incessantemente nessas almas sofredoras e imploro que o fogo da guerra se apague uma vez por todas, que possam voltar para suas casas e viver em serenidade. Suplico ao Deus Todo-Poderoso que a paz chegue à terra de vocês, e me dirijo também aos homens de boa vontade a fim de que a paz chegue a seu povo.â€

A paz é possível!

Francisco lembrou que a paz é possível! “Mas este grande dom de Deus é, ao mesmo tempo, também um forte compromisso dos homens responsáveis pelo povoâ€.

Por fim, disse ter tomado conhecimento com grande confiança, em setembro passado, de que os altos representantes políticos do Sudão do Sul tinham estipulado um acordo de paz, congratulando-se e fazendo votos de que cessem as hostilidades e o armistício seja respeitado.

Desejo e esperança de visitar proximamente o Sudão do Sul

Francisco concluiu confirmando seu desejo e esperança de poder proximamente – com a graça de Deus – visitar a amada nação sul-sudanesa, junto aos irmãos ali presentes, o Arcebispo de Cantuária e o ex-Moderador da Igreja Presbiteriana da Escócia.

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11 abril 2019, 17:31