SA¹ú¼Ê´«Ã½

Busca

Papa Francisco Papa Francisco 

?ndia. Carta ao Papa: declarar v¨ªtimas de Orissa ³¾¨¢°ù³Ù¾±°ù±ð²õ da f¨¦

Pedimos "que as v¨ªtimas da ±¹¾±´Ç±ô¨º²Ô³¦¾±²¹ de 2008 sejam reconhecidas pela Igreja como M¨¢rtires da F¨¦¡±. "O reconhecimento deles refor?ar¨¢ a f¨¦ do povo indiano, especialmente num momento como o que estamos atravessando¡±, l¨º-se.

Cidade do Vaticano

Os católicos indianos escrevem ao Papa Francisco pedindo que acelere o processo para declarar mártires as vítimas da violência que dez anos atrás transformou o distrito de kandhamal, no estado indiano de Orissa, num pogrom (termo russo que significa devastação, destruição, massacre, ndr) onde grupos extremistas perpetraram uma ¡°limpeza étnica¡± dos cristãos locais.

Pedido ao Papa Francisco

No 10º aniversário daquela tragédia foi enviada ao Pontífice uma carta assinada por John Dayal, leigo católico indiano, intelectual e ex-presidente da ¡°União Católica de toda a Índia¡±, o mais antigo movimento leigo na Ásia.

Força da fé inspiradora dos mais pobres

O texto da missiva reconhece ¡°a força da fé dos mais pobres e vulneráveis da comunidade¡±, obtendo deles inspiração para escrever ao Santo Padre.

Após a antiga evangelização do subcontinente, os fiéis indianos ¡°vivem na segurança de uma Índia democrática e republicana em que a Constituição assegura a liberdade de f顱. A partir da Independência, ¡°vivemos em paz¡±, lê-se no texto.

No Séc. XVIII, maior violência contra a comunidade católica

A carta recorda: ¡°Mas houve momentos de trauma em nossa história. Nos anos do fim do Séc. XVIII, o Sultão de Mysore, Tipu, tornou prisioneiros cem mil católicos da costa ocidental do Kerala e Mangalore. Um grande número deles morreu de torturas e doenças. Até 2008, aquela tinha sido a maior violência contra a comunidade católica. E até hoje as vítimas não receberam o reconhecimento que merecem¡±.

Em 2008, nova tragédia, com a cumplicidade do Estado

Depois veio a tragédia: ¡°Em 2008 no distrito de Kandhamal, no estado de Orissa, presenciamos o segundo maior pogrom contra os cristãos. Teve início em 25 de agosto de 2008 e continuou por várias semanas, conduzido por bandos de extremistas, com a cumplicidade do Estado. O número de mortos poderia ter sido alto como o de 300 anos atrás, mas a salvação foi oferecida pela densa floresta que circundava vilarejos e casas¡±.

Mais de 60 mil crianças, homens e mulheres, idosos, jovens, recém-nascidos e mulheres grávidas fugiram para a floresta. Mais tarde, a metade destes passou um ano nos campos de refugiados criados pelo governo.

Assassinado também sacerdote dalit da arquidiocese local

Foi feita uma limpeza de cristãos em mais de 400 vilarejos, 6 mil casas foram destruídas junto com mais de 300 igrejas e cada instituto social construído por ordens religiosas e irmãs. 120 pessoas foram assassinadas, entre as quais Pe. Bernard Digal, sacerdote dalit e tesoureiro da Arquidiocese de Cuttack-Bhubaneswar, cuja circunscrição inclui o distrito de Kandhamal.

Opção pelo martírio a renunciar a própria fé

¡°Muitos outros pastores e pregadores leigos cristãos perderam a vida, assassinados a golpes de espada, facão ou queimados: preferiam enfrentar corajosamente a morte a renunciar a própria fé. Muitas mulheres foram violentadas, entre as quais uma irmã religiosa.¡±

Passados dez anos, prevalece a impunidade

¡°Dez anos depois a maior parte dos assassinos está livre.¡± Foram necessários anos de processos tendo que chegar à Corte Suprema da Índia (STF) para se obter um ressarcimento e para reconstruir suas casas. ¡°Mas reconstruir vidas é uma questão diferente. Os estudantes tiveram que interromper seus estudos. As crianças sofrem traumas. As famílias foram destruídas e hoje não têm meios de subsistência.¡±

Farol espiritual para a comunidade de fiéis indianos

Todavia, ¡°a força de ânimo e fé deles foram um farol espiritual para a comunidade de fiéis indianos. Cremos que a fé dos cristãos de Kandhamal deva ser reconhecida nos moldes em que a Igreja historicamente reconheceu tal sacrifício¡±, lê-se ainda.

Mártires da Fé

¡°Pedimos ao arcebispo de Cuttack-Bhubaneswar e aos bispos indianos que as vítimas da violência de 2008 sejam reconhecidas pela Igreja como Mártires da Fé. É isto que elas são. O reconhecimento deles reforçará a fé do povo indiano, especialmente num momento como o que estamos atravessando¡±, prossegue a carta enviada ao Santo Padre.

 

Processo iniciado formalmente na Igreja local

O arcebispo de Cuttack-Bhubaneswar deu formalmente início ao processo. Rezamos a Deus e pedimos ao Papa Francisco que o processo seja acelerado. ¡°Isso renovará a fé de cada um de nós¡±, conclui-se o texto.

(Fides)

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp

27 agosto 2018, 19:28